Nós,
Cidadãos do campo
Iguais,
Irmãos
Nós,
Que acordamos com a enxada nos dentes
E almoçamos à trítono
O clitóris urbano
Nós,
Que temos o sumidouro no esôfago
E sopramos as tetas de veludo
Mastigando a silhueta do mel
Nós,
Que cremos em cátedras e milharais
Nos espantalhos em traje de gala
A gotejar o sangue das chuvas
Nós,
Que fritamos as ervas
E danamos joaninhas
Empalhadas no umbigo
Nós,
Ultravioletas
A batear vaidades
Nas peneiras de sol
Nós,
Zangões do espaço
A polinizar vertigens
Nas bateias de lua
Nós,
Hipócritas escribas
Que deitamos a caixa de ossos
No cobre das escrituras
Nós,
Acidentes da matéria
Irrigados de mares mortos
Dilúvio das orações
Nós,
O rosário do descaso
Desatadora, nossa senhora
Rogai por...
Voz
A gritar no vazio
Do homem
sábado, 6 de junho de 2009
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